E eis que numa tarde quente de um dia comum sinto
a sua falta e te procuro pelas páginas do meu computador desde sempre tão
atarefado. Descubro um caminho secreto, um lado b, sinto-me inteligente ao
encontrá-lo à minha espera e logo após me lembro que essa descoberta não partiu
de mim. Alguém me ensinou a te encontrar tempos atrás, alguém que já me ensinou
tanta coisa porque eu nunca deixei de pedir. E agora, descrevendo meus pensares
por essa folha branca e tão familiar, penso na importância de nos expressarmos
com liberdade, sem dor e sem exposição. Tenho andado distraída, cabeça ocupada
por ideias mirabolantes, idealismos vários, pequenas vontades concretas de
cuidar de mim, de fazer mais pelo meu corpo, de descansar meu coração e
acarinhar a minha alma com sentimentos bons e atitudes sólidas, verdadeiras.
Meus ombros já não pesam mais. Meu cansaço me abraça com um sorriso ao cair a
madrugada - sorriso de dever cumprido, de proteção divina, de privilégio.
Escolhi andar devagar, com a cabeça erguida e a mente quieta; em troca sou
envolvida por essa paz de quem nunca se cansará de colher o que planta; aquela
paz de alguém que experimenta a oportunidade de plantar com sabedoria, com fé,
com amor... que conta com a sorte, com os bons amigos, com o tempero de cada
novidade. Meu baú virtual, fiel escudeiro e guardião de tantas aventuras, foi
invadido por alguém que não sabe o que faz. Ainda bem que eu soube o que fazer
para abrigar em sua memória mais uma das minhas felizes descobertas. Sou
finalmente dona de mim, meu caro amigo - jogo lixo no lixo, tenho o direito e o
dever de ir e vir, como o que gosto, faço algo de bom por mim diariamente, leio
muito, vou ao cinema quase sempre e trabalho com a alegria de quem vê em sua
ocupação um belo propósito. Se alguma coisa doer, tomo um suco de açaí, como
uma pizza de abobrinha ou me entrego a uma taça de morango com leite
condensado. A vida tem dessas coisas bonitas, dessas coisas simples, dessas
coisas que a gente não entende mas aprende a agradecer porque é o único caminho
que nos faz bem. Em nome da minha liberdade consciente para expressar o que
quer que caiba na área total da minha existência em meia dúzia ou meio mundo de
palavras, agradeço ao meu doce e querido garrastazu...